Encontro Anual da Sociedade Internacional de Sexualidade Feminina 2018
Participação como ouvinte no ISSWSH Annual Meeting, encontro da “International Society for the Study of Women’s Sexual Health”, de 08 a 11 de fevereiro de 2018, em San Diego.
Trata-se do congresso mundial mais importante na área da sexualidade feminina, que contou com a participação de grandes nomes mundiais da sexualidade, como: Dr Irwin Goldstein, Dra Sharon Parish, Dra Anita Clayton, Dr Andrew Goldstein, Dra Leah Millheiser e Dra Rossella Nappi.
Foi uma excelente oportunidade de atualização e busca de conhecimentos em relação as novidades mundiais na área da sexualidade feminina.
Alguns pontos importantes discutidos no Congresso:
- O conhecimento de que o Transtorno da Excitação Genital Persistente (PGAD – Persistent Genital Arousal Disorder) tem causas centrais e periféricas.
Dr Irwin Goldstein apontou a relação do Cisto de Tarlov com o Transtorno da Excitação Genital Persistente. Muitas mulheres estão se curando desse diagnóstico extremamente incomodativo, que leva a depressão e até suicídio, pela retirada do cisto. Recomenda-se a realização da Ressonância Magnética da região sacral para descartar o Cisto de Tarlov, que tem indicação cirúrgica. - Dr Irwin Goldstein apresentou as diferenças cerebrais comparando-se mulheres com desejo sexual hipoativo e mulheres sem esse diagnóstico e falou sobre a neuroplasticidade cerebral influenciada pelos inumeros tratamentos para esse transtorno, como: flibanserina, psicoterapia, bupropiona, buspirona, bremelanotide (ainda em fase de estudo).
- Ele trouxe ainda as inúmeras causas de vulvodínea, entre elas: uso de contraceptivos, resposta exagerada à candidíase e alergênicos, prática de ciclismo, partos, vestibulodínea neuro-proliferativa congênita e adquirida e causas psicológicas; mostrando porque esse diagnóstico é tão desafiador em relação a causa e tratamento.
- A Dra Leah Millheiser trouxe as opções de tratamento para a Síndrome Urogenital da Menopausa. Falou de tratamentos hormonais, lubrificantes, hidratantes e novos medicamentos ainda não disponíveis no Brasil, como o Ospemifene (SERM de uso oral) e a Prasterone (DHEA intravaginal). Falou ainda dos benefícios da laser terapia.
- A Dra Sharon Parish falou sobre o tratamento androgênico para o desejo sexual hipoativo. Ela afirmou que: “O uso da terapia androgênica para o tratamento do transtorno do desejo sexual não se baseia em uma relação entre os sintomas e as dosagens laboratoriais, mas, ao invés disso, na evidência clínica que a administração de testosterona exógena melhora problemas sexuais mais comuns, como: desejo, excitação, prazer e a satisfação sexual.” Efeitos androgênicos dependem de variações individuais na enzima 5 alfa redutase e aromatase, além da resposta do receptor de androgênio. A dosagem de testosterona sérica não corresponde a ação ou exposição tecidual aos androgênios. Falou da não indicação da terapia androgênica antes da menopausa e da falta de evidências científicas que apoiem o uso de DHEA.