Atividade Física e Disfunção Erétil
Vários estudos têm evidenciado os benefícios da atividade física na prevenção e tratamento de problemas de ereção.
A atividade física (especialmente a aeróbica) de moderada à alta intensidade (30 a 40 minutos, 4-5 vezes por semana) se associou a menor risco de Disfunção Erétil em comparação aos homens que fizeram atividade física moderada (20 minutos, 3 vezes por semana).
A Disfunção Erétil (antigamente chamada de Impotência Sexual) é a queixa sexual mais comum na população masculina e ela pode ser definida como uma inabilidade de ter ou manter a ereção necessária para a relação sexual. Ela afeta principalmente homens acima de 40 anos e, nessa faixa etária, as alterações vasculares arteriais são a causa predominante. Sua ocorrência é mais frequente em homens hipertensos, diabéticos, obesos e mais velhos.
Ela é uma doença multifatorial e é considerada um preditor de problemas cardiovasculares futuros. A dificuldade de ereção deve ser um alerta para a investigação de doenças cardíacas, pois alguns pacientes, alguns meses antes de infartarem, apresentam dificuldades de ereção. Ou seja, existe uma associação entre as duas condições: dificuldades de ereção e infarto, e isso ocorre devido à obstrução de vasos sanguíneos, seja no coração ou no pênis.
Os impactos da associação do sedentarismo com problemas de ereção são tão evidentes que alguns autores afirmam que não praticar atividade física é o fator de risco mais importante para a Disfunção Erétil em homens acima de 40 anos.
O fator protetor da atividade física na ereção ocorre proporcionalmente à intensidade da atividade praticada, sendo a atividade de maior intensidade superior à de moderada intensidade e os benefícios foram vistos tanto em atividades de curto (menos de 6 meses) como de longo prazo (acima desse período).
Os benefícios ocorrem diretamente e indiretamente, como a melhora da obesidade, hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes. Durante a atividade física também ocorre a maior liberação de testosterona.
Mudanças de hábitos de vida como perda de peso, atividade física e interrupção do tabagismo devem sempre ser orientados aos pacientes que desejam prevenir ou tratar dificuldades de ereção, antes mesmo da introdução dos tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos.
Uma significativa proporção de homens não responde aos medicamentos facilitadores de ereção ou respondem apenas temporariamente, nesses casos, as mudanças de hábitos de vida se tornam ainda mais fundamentais.
O início da atividade física deve ser a primeira modificação de estilo de vida orientada a homens com disfunções sexuais e seus benefícios podem ser potencializados pela dieta equilibrada.
Um estudo mostrou que homens com disfunção erétil mais frequentemente tinham uma dieta rica em carnes, frangos, derivados lácteos e grãos refinados em relação aos que não tinham disfunção erétil e que se alimentavam mais frequentemente de frutas, verduras, legumes, grãos integrais, nozes e azeite, ou seja, uma dieta mediterrânea. A troca pela dieta mediterrânea por um período de dois anos se associou a melhora na função erétil, e um terço dos homens com disfunção erétil severa relataram melhora dessa função.
Concluindo, podemos considerar a atividade física uma medida eficaz no tratamento da Disfunção Erétil e que pode potencializar os benefícios causados pelas medicações usadas no tratamento dessa disfunção sexual.
Referência:
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