Ejaculação Precoce e seus Desafios
Entre 20 a 30% dos homens se sentem incomodados com a rapidez com que ejaculam. Esse desconforto pode ocorrer em todas as idades, variando de menos de 18 a mais de 70 anos.
Podemos dizer que o diagnóstico de Ejaculação Precoce está presente quando há o comprometimento de três aspectos da resposta sexual: rapidez na ejaculação (menos de um minuto), dificuldade de controle ejaculatório e angústia ou sofrimento causados pela disfunção. Quando esses três aspectos estão presentes por mais de seis meses de forma persistente ou recorrente, podemos caracterizar o diagnóstico de Ejaculação Precoce (segundo o DSM-V).
O critério de tempo (apenas um minuto) é controverso, assim, mesmo homens com latência ejaculatória (duração da penetração até a ejaculação) maior que um minuto podem sentir-se incomodados e buscar tratamento.
O tempo médio de latência ejaculatória considerado normal em estudos epidemiológicos é em torno de 5 a 10 minutos, sendo que homens normais podem apresentar um tempo menor ou maior que esse período. Porém, é importante se ter noção dos limites fisiológicos para que problemas sexuais não sejam simplesmente fruto de expectativas irreais!
Nesse contexto, é muito importante descartar problemas sexuais na parceira, pois um homem com uma parceira com dificuldade de atingir o orgasmo sempre achará que não “controlou” o tempo suficientemente! E nesse caso, é a parceira que deve ser tratada.
O primeiro grande desafio no tratamento de qualquer disfunção sexual masculina é buscar ajuda! Estudos mostram que homens demoram no mínimo dois anos entre o início dos sintomas sexuais e a busca de tratamento. Muitas vezes, esse pode ser um tempo precioso no comprometimento da harmonia do casal e qualquer tratamento se torna mais difícil após anos de interações destrutivas.
Nesse contexto, o uso da medicação apenas pode ser insatisfatório, pois o objetivo do tratamento da ejaculação precoce não se restringe apenas a aspectos mecânicos como aumentar o tempo ejaculatório; outros objetivos também são desejáveis, como: melhor controle ejaculatório, satisfação sexual, satisfação conjugal, melhora da auto-estima, melhor qualidade de vida e restauração da confiança sexual.
Quanto ao tratamento, “o melhor dos mundos” é a combinação da terapia medicamentosa e da terapia sexual.
Com várias opções de medicamentos é possível atrasar a latência ejaculatória de forma simples e eficaz, porém restaurar a confiança sexual e reverter os impactos da disfunção sexual no relacionamento conjugal, muitas vezes, é tarefa para uma ou mais consultas de terapia sexual: onde questões psicológicas e afetivas serão abordadas.